
A Invisibilidade da População em Situação de Rua

Imagem retirada do site Rua Ação. Disponível em: <http://projetorua.gempo.com.br/page/3>.
Em nosso cotidiano é comum ouvirmos sobre a População em situação de rua como "vagabundos", "desocupados" entre outras diversas formas preconceituosas de designá-los, além da visualização destas pessoas como responsáveis pela situação que estão. Mas será que estas pessoas são realmente responsáveis por esta situação?
É necessário compreendermos que esta visão permeada de estigmas, é construída socialmente e se desdobra nas discriminações sociais que estas pessoas vivenciam geração após geração.
Nesse processo, em que uma pessoa vai para as ruas, ela vivencia uma sequência de perdas, do seu trabalho, seus vínculos familiares e sociais, sua moradia, entre outros fatores históricos, sociais, econômicos e pessoais envoltos neste cenário.
A estrutura desigual de nossa Sociedade contribue para esse processo na medida em que no sistema Capitalista a desigualdade é condição para que o Capital possa se reproduzir e aumentar seu lucro;
Desta forma a riqueza se acumula nas mãos de poucos e os recursos não são destinados para atender os direitos e necessidades fundamentais.
A Cultura e a ideologia dominantes reproduzem e multiplicam esta desigualdade, enquanto o preconceito reforça a imagem negativa de quem esta em situação de rua.
Desta forma cabe a nós compreendermos estas pessoas como sujeitos de direitos, cidadãos que devem ter acesso á todos os direitos que nos são assegurados, como saúde, educação, moradia, alimentação, trabalho, transporte, entre outros.
Em nossa Constituição Federal (1988), é assegurado o direito de ir, vir e permanecer, bem como a igualdade de todos perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza e não podendo ser violado o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade.
A mudança da forma como vemos e discursamos sobre estas pessoas articulada á uma visão de que estas obtem uma historicidade como cada um de nós, cria possibilidades de desmistificação de esteriótipos e estigmas sobre as mesmas, possibilitando assim que vivenciem a dignidade, o respeito, a diminuição da violência em seu cotidiano bem como a tranquilidade de poderem existir.